Coordenação:
Daniel Alves
Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Ana Mouta Faria
ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, CIES-IUL
Sérgio Ribeiro Pinto
Universidade Católica Portuguesa, Centro de Estudos de História Religiosa
A implantação do liberalismo político acarretou mudanças nas anteriores relações entre o Estado e a Igreja. Essas mudanças, consagradas em reformas nas estruturas religiosas em espaços nacionais de maioria católica, determinadas pelas novas instituições políticas, constituíram o principal tema abordado pela historiografia contemporânea, independentemente do terreno em que os historiadores se situaram (História Política, Eclesiástica, das Ideias) e das leituras produzidas. No século XXI vão ganhando peso, não só o conhecimento de novos espaços geográficos onde a mudança política impôs a reanálise do lugar da religião no pacto social, mas também novas abordagens, centradas com frequência no mundo dos leigos, ou dos eclesiásticos enquanto parte do tecido social.
Neste painel procura-se assegurar a presença de três direções de pesquisa sobre o espaço luso-brasileiro nos anos entre a fase final do Antigo Regime e meados da década de 1820: (1) a História Social, através das mudanças resultantes das reformas liberais, onde escasseiam estudos sobre o abandono da condição eclesiástica, a evolução do universo confraternal e paroquial ou as resistências às reformas eclesiásticas; (2) a História Político-Ideológica, por intermédio dos debates sobre o lugar do catolicismo quer no Vintismo em Portugal, quer no processo de Independência do Brasil, as suas relações com as minorias religiosas, a formação das opiniões públicas sobre matérias de fé e as modalidades de oposição à mudança política em nome da religião; (3) novas metodologias e fontes da história religiosa e das relações entre a Igreja e o Estado.